Sempre que falamos sobre comunicação, procuramos elencar uma série de fatores e habilidades que favorecem o diálogo e o entendimento, especialmente quando se trata de uma interação entre líderes e liderados.
Mas apontar algumas dificuldades nessa experiência e estimular a auto avaliação sobre como sua capacidade de comunicação anda fluindo também é uma atitude importante, de tempos em tempos.
Até porque, os próprios líderes são profissionais com características muito distintas, sendo que alguns possuem mais facilidade de interação, enquanto outros desenvolvem melhor as habilidades técnicas – o que não significa que a comunicabilidade não possa ser estimulada.
Por isso, hoje abrimos uma exceção e vamos focar nos defeitos, não nas qualidades. Pode apostar que este é um ótimo exercício.
Mudança de hábitos
Com tantas demandas, exigências e desafios a serem superados, não é incomum que os líderes acabem tendo algumas atitudes que comprometam a comunicação dentro da empresa. Uma delas é passar a utilizar jargões e expressões técnicas de forma exagerada, seja por inércia ou até por achar que assim transmitirão maior credibilidade.
Só que o “tecniquês” pode ser um idioma arriscado, especialmente em uma comunicação que se proponha a atingir uma quantidade maior de pessoas. Para executivos de perfil muito técnico, muitas vezes falta a sensibilidade de rever o seu discurso e adequá-lo ao seu público, garantindo uma interpretação correta das informações. Não podemos nos esquecer de que funcionário bem informado – e que sinta que o seu líder se comunica com ele de forma próxima – tende a se tornar mais motivado e engajado nos assuntos da empresa.
Outro erro frequente e que pode ser facilmente corrigido é apostar demais nas afirmações e questionar pouco o seu interlocutor. Demonstrar que valoriza a interação, evitando os monólogos, é uma atitude que conquista as pessoas. Além disso, perguntar permite que o assunto em pauta seja enriquecido com novas visões e opiniões.
Debates e diálogos são sempre valiosos, portanto, por mais autonomia que se possua, é preciso estar atento se as decisões não estão sendo tomadas de maneira unilateral, excluindo o ponto de vista dos demais. Além de perder muito em informação, uma atitude como essa também leva a uma perda da admiração dos profissionais em relação ao líder. Mudar essa forma de agir fortalece a noção do executivo e ajuda a integrá-lo junto a sua equipe.
Bons argumentos fazem a diferença
As tomadas de decisão de um líder sempre serão mais bem aceitas se ele souber deixar claro por que optou por uma saída e não por outra. Por que contratou determinado funcionário ou adquiriu determinada ferramenta de trabalho, por exemplo. Claro que não é preciso se justificar o tempo todo, mas o importante é utilizar a argumentação em detrimento da ameaça. Uma comunicação que priorize a imposição desgasta relações e demonstra limitações do executivo no que diz respeito a integração e engajamento.
Por fim, jamais estacione sua capacidade de se comunicar sobre uma zona de conforto. Mesmo os comunicadores mais habilidosos podem sempre investir em novas competências, sejam novas técnicas de venda, discursos mais motivadores e capacidade de gerenciar e mediar conflitos. Assim, você contribui não apenas com seus relacionamentos dentro da companhia, mas com o valor do negócio como um todo.
Viu como avaliar as próprias falhas na sua comunicação podem trabalhar a favor do seu aprimoramento? Invista na sensibilidade e na autocrítica e sinta como o diálogo dentro da empresa irá fluir de forma muito mais natural e eficiente.