Empreendedorismo é uma palavra que anda em alta já há algum tempo, mas seu significado nem sempre é discutido em profundidade. Isso porque empreender não diz respeito somente a quem possui negócio próprio, é possível ter uma mentalidade empreendedora também no ambiente corporativo. Ela estimula a criatividade e a autonomia, faz transbordar talentos não revelados anteriormente e ainda tende a garantir ao funcionário uma autonomia maior em relação a suas práticas diárias.
Então, vamos falar um pouco mais sobre como a postura empreendedora tem sido vista e apreciada pelas empresas e quais benefícios traz ao colaborador e à companhia, deixando-os inclusive mais alinhados e próximos.
Autonomia e colaboração
Se antigamente um funcionário que se comportasse como braço direito e fiel escudeiro do seu líder poderia ser considerado o mais valorizado, no atual contexto das organizações é o protagonismo que pode se sobressair. Não que a lealdade seja um valor a se desconsiderar, mas há muitos atributos tão relevantes quanto.
Equipes de alta performance possuem, além das capacidades técnicas e humanas, um forte senso de protagonismo. São, portanto, “empreendedores dentro de uma organização” e, ao mesmo tempo, dedicam-se a receber novos conhecimentos e a vivenciar novas experiências. Ou seja: demonstram que foco e autonomia não precisam estar dissociados do aprendizado.
Como reconhecer e desenvolver esses profissionais?
Antes de mais nada, é fundamental desfazer o preconceito em torno da palavra “empreendedor”. Isso porque, aqui no Brasil, ainda se faz uma relação entre empreendedorismo e burocracia ou, em outro extremo, informalidade.
Removido esse “ranço”, procure se aprofundar nas especialidades de sua equipe. Qual a sua formação? Quais os seus talentos? Quais os seus conhecimentos e atributos pessoais? É assim que você, como líder dessa equipe, pode promover um intercâmbio de experiências que beneficie a todos, tanto individualmente quanto de forma coletiva, de modo a beneficiar também a própria empresa. Essa integração gera empatia e respeito entre os envolvidos.
Do outro lado, permita também que os seus colaboradores o conheçam bem. Quando um líder se torna próximo das pessoas, ele fica mais acessível e, ainda que exerça sua posição de liderança, permite que os demais profissionais se sintam à vontade e, consequentemente, mais autônomos. Gestores transparentes demonstram suas fraquezas e dificuldades, o que, no final das contas, em vez de transmitir um defeito, os torna mais humanos e até mesmo confiáveis. É assim também que você consegue promover um senso de responsabilidade compartilhada, ou seja, aquela forma de “pensar como dono”, já que todos devem possuir o mesmo comprometimento com a organização.
Liderar é bem diferente de vigiar
Promover uma mentalidade de liderança e empreendedorismo significa dar liberdade e, ao mesmo tempo, confiar nas suas equipes. Ao confiar que as pessoas irão fazer seu trabalho bem feito, torna-se muito mais simples encorajá-las e fazer com que desenvolvam seu senso de propriedade e responsabilidade.
E mesmo com tamanho senso de propriedade, os empreendedores natos estão cheios de interesses externos que só têm a agregar ao negócio. Nunca limite esses interesses, como se fossem ameaças ao bom andamento do trabalho. Interessar-se por assuntos fora do “curriculum tradicional” do dia a dia pode renovar ideias dentro da organização e revelar conhecimentos compartilhados.
Por fim, nunca deixe de estimular suas equipes, seja qual for o seu perfil. Engajamento e motivação nunca são demais e trabalham diretamente o reconhecimento e a estima do colaborador. Empreender pode até ser uma vocação, mas o empreendedor motivado terá muito mais a agregar aos negócios e às pessoas.