Enquanto muitos empresários se perguntam como podem alavancar os rendimentos de suas empresas, outros planejam uma boa estratégia para sair do lucro zero. E essa dificuldade de saltar da estagnação para a rentabilidade é um desafio frequente, que pode ter muitas origens: necessidade de diferenciação, de melhoria no atendimento, de ajuste de valores de produto e principalmente de falta de eficiência da gestão.
Apesar de comum, este último caso é um dos mais difíceis de serem identificados. E a verdade é que de nada adianta buscar a diferenciação e atender com qualidade, por exemplo, quando a gestão vai mal. Por isso, ao se perceber que todo o processo caminha bem, com preços competitivos, qualidade mantida e atendimento dedicado, é preciso investigar a quantas anda a administração do negócio. E identificar se controle e planejamento vêm caminhando juntos no seu dia a dia.
Planejando suas metas
Para entender em que patamar a sua empresa está hoje e aonde deve chegar nos próximos anos, é preciso definir objetivos. Mais do que isso, você deve tentar entender como fazer para chegar lá.
Traçar metas é uma atitude motivadora, que implica em um cuidadoso planejamento para o futuro, incluindo grandes e pequenas etapas ao longo desse caminho. Planejar irá permitir que você identifique se o rumo tomado pela companhia está correto ou precisa de ajustes.
Convém dividir o seu planejamento em três modalidades: o planejamento estratégico, baseado em missão, visão e valores e que traça um norte geral para a empresa no longo prazo; tático, de médio prazo, que são degraus menores até que se possa chegar ao planejamento estratégico e que deve ser constantemente medido (ex.: aumento ou diminuição do número de clientes); e planejamento de rotina, que é o operacional, de curto prazo e prevê novas ações dentro da rotina da empresa, como mudanças de logística, por exemplo.
Saia do ponto de equilíbrio
Equilibrar ganhos e gastos já é um desafio grande no mundo dos negócios. E chegar ao ponto de equilíbrio (ou break even) permite adquirir informações preciosas sobre a dinâmica da empresa e ter um bom parâmetro do que se deve fazer para que ela gere maior lucro. Afinal, é entendendo qual deve ser seu faturamento mínimo mensal para cobrir os gastos fixos e variáveis que você chegará, posteriormente, aos números que levam à lucratividade. E, com o planejamento adequado, isso se torna totalmente possível.
Para calcular o ponto de equilíbrio, separe seus custos fixos e despesas variáveis, divida o custo variável pela receita total das vendas, subtraia 1 desse resultado e divida esse último valor pelo total dos custos fixos. Não deixe de refazer esse cálculo de tempos em tempos, para garantir sua atualização em possíveis mudanças de cenário.
Caminhando rumo ao lucro
Se você já passou da etapa de busca pelo ponto de equilíbrio, significa que é hora de sair do zero e alavancar o seu lucro. E um movimento fundamental nessa direção é construir um orçamento coerente com os objetivos da sua empresa, mantendo o controle dos seus gastos.
Uma boa maneira de realizar essa tarefa é a metodologia OBZ – Orçamento Base Zero, que começa, como o nome já diz, do zero, a partir do agora. As estimativas de custo ou investimento são feitos por uma área responsável, com base em objetivos e metas traçados por setor. E, na sequência, toda a empresa deve votar se aprova ou não os gastos e custos propostos, o que irá levar, consequentemente, à elaboração de um orçamento global.
Ainda falando sobre custos e orçamentos, acompanhe de perto todas as contas da empresa e conheça os ciclos financeiros do seu negócio, ou seja, em quais períodos sua empresa tem mais capital em caixa e em quais ela precisa sanar suas dívidas, listando tudo, para evitar grandes oscilações.
Lembre-se sempre das duas palavras-chave para garantir o sucesso dessas tarefas: controle e planejamento. Mantenha uma rotina de medições dos seus resultados e, sempre que preciso, recorra aos indicadores e performance e ferramentas de gestão que apoiem a sua administração com métodos e dados confiáveis. Acompanhe saídas e entradas de capital e tenha um plano para lidar tanto com os gastos esperados – incluindo juros -, quanto com os imprevistos.
Na hora das medições, não se esqueça de diferenciar sua lucratividade de sua rentabilidade. Enquanto a primeira trata do destino do seu negócio, ou seja, o resultado positivo, a segunda tem a ver com o retorno do investimento que você tem aplicado em sua rotina empresarial.
Por fim, garanta a manutenção de todas essas ações
Siga essa rotina e vá registrando os seus avanços. Perceba se a sua empresa está, pouco a pouco, gerando mais e mais valor: note se o negócio está lucrando mais, mesmo sem ter que investir mais capital; diminua seus custos ao mesmo tempo em que aumenta sua produção; e, ao, investir, mire em retornos cada vez mais altos.
Sabemos que resultados não se alteram da noite para o dia, mas só assim, com um acompanhamento gradual e um toque de ousadia seus negócios poderão crescer de maneira equilibrada e consistente. E, consequente, você poderá dar as boas-vindas a uma excelente rentabilidade.
